sábado, 20 de março de 2010

O Livro de Denzel Washington




O Livro de Eli é muito foda pessoal, recomendo muito. É o filme com o Denzel Washington que entrou esse fim de semana. Bah, que história foda e bem contada. Fiquei muito com a impressão que era adaptado de algum livro ou quadrinho porque era um roteiro com muita dedicação e fiquei ainda mais feliz de ao fim do filme saber que ele é um roteiro original (isso já tá virando raridade não só nos filmes dos EUA). Roteiro do Gary Whitta, um novato.

Direção é dos irmãos Hughes, que fizeram o também ótimo Do Inferno, aquele que tinha o Johnny Depp atrás do Jack Estripador. Os caras mandam muito bem, várias cenas que vão e voltam entre filmagem real e digital (pra movimentos de câmera meio impossíveis, etc). Tem planos bem bonitos e fodas, combates bem encenados. Ah, não levem as criançinhas, tem boa dose de carnificina. Não é muito apelativo, dentro da história não fica só pela balaca, faz certo sentido. Enfim, é uma carnificina bem feita pelo menos.

A fotografia, porra!, essa chega a ser mais impressionante que a direção. Nunca vi tal visual num filme, ela dá muito a impressão de ser monocromática, principalmente nos planos que mostram o céu, e ainda assim nunca chega a ser preto-e-branco. Greg, essa é pra ti, descobre como fizeram. É muito foda e combina muito com os planos e a paisagem desolada. O diretor de fotografia é o Don Burgess, que trabalhou no Homem-Aranha e alguns filmes com o Tom Hanks como Forrest Gump e Náufrago.

A música é de certa forma incomum, fazia tempo (assim como a fotografia) que não escutava uma coisa diferente assim. Eu não sou músico e não sei dizer o que ela tem exatamente de tão extraordinária, só fiquei com essa impressão muito clara de "issoé bom e tá diferente". Trabalho conjunto de Atticus Ross, Leopold Ross e Claudia Sarne, que fizeram pouca coisa, todas elas juntos, como uma segmento do New York, I Love You.

Alguém provavelmente vai achar que parece com Mad Max. E pode ser mesmo. Eu mesmo nunca tive saco de ver Mad Max até o final, mas com o pouco que vi achei que tem similaridades. Só sei de uma coisa: eu AMO filmes que se passam num mundo distópico/pós-apocalípto. Não é aquela coisa de 2012 de se divertir com cenas de destruição massiva, que pra mim é um certo equivalente a quem para pra ver um carro acidentado na BR. Nesses aí tu só fica vendo os protagonistas correndo o tempo todo e tentando sobreviver. Jogar Resident Evil é bem melhor.
Já cenários pós-apocalíticos lidam com os sobreviventes, como eles se organizam e organizam o que restou da humanidade e civilização depois de uma grande crise. Isso sim é massa =]

De fim, dá pra sair do filme pensando na importância e nos prós e contras das religiões e de qualquer expressão cultural. No caso do filme, o tal do Livro de Eli.
Na boa, vão assistir.