Todo mundo tem alguma decepção cinematográfica. A minha foi em relação ao Francis Ford Copolla, cineasta e autor de alguns dos meus filmes favoritos, como The Godfather e Apocalypse Now. Aluguei "A Conversação" com expectativas altas. É da época de ouro do Copolla e de toda cambada sexo-drogas-rockn’roll da Nova Hollywood. Palma de Ouro em Cannes. E ae? Bom, não é tudo isso...
Bom, a primeira cena manteve minha alta espectativa satisfeita. Uma câmera mostrando uma praça. Uma conversação entre duas pessoas. Um zoom lento e vagoroso, te deixando agoniado pra entender quem está falando. Mas tudo vai se perdendo. E rapidamente. Rapidez, aliás, é o que falta nesse filme. Acho que ele tem estória para 1hrs de filme, só que de algum jeito encheram linguiça para ele ter quase 2hrs.
O que parece um suspense à primeira pista se perde pra mostrar demais a vida do tímido protagonista, bem interpretado pelo Gene Hackman. E essa corda bamba fica pendendo demais ora para um lado, ora para o outro. Falta foco. E assim se perde o interesse.
O fôlega da primeira cena só se recupera lá pelo final, em que o filme (finalmente!) volta ao suspense, que era o que interessava, e cria cenas verdadeiramente tensas, com acontecimentos bem resolvidas e reviravoltas muito boas. Até a cena final, quase tão surreal quanto Apocalypse Now, que fica até estranha em comparação com o resto do filme, ele fica legal. Mas é isso, o melhor do filme fica pra música do David Shire (Todos Homens do Presidente, Zodíaco) com piano, jazz e ecos de Psicose. Foi mal Copolla, mas não deu não.
domingo, 3 de outubro de 2010
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