segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

7 palmos, média 7

Queria ter ido nesse fim de semana no cinema assistir Tetro ou O Garoto de Liverpool. Nem fui assistir nem um nem outro. Aliás, no cinema não assisti nada, fiquei por casa assistindo o bem bacana Leaves of Grass, reassisti o maravilhoso Cães de Aluguel e assisti Um Dia de Cão, obra-primássa. Mas falando em cinema, acabei indo hoje, uma 2ª feira, com meu pai. Ele, por algum motivo, queria assistir Enterrado Vivo. Estranhei, o velho não é nem um pouco de filme sanguinolento ou com algum elemento de terror, como esse filme sugeria. Nos meus preconceitos, só aceitei assistir porque a equipe era espanhola, o que poderia conferir alguma característica interessante e não ter uma fórmula boba de filmes mais comerciais americanos.

Pois bem, não escapou de muita fórmula, no fim das contas. Porém seu roteiro tem uma premissa e momentos muito bons, inclusive a opção por um final nada feliz (pouco depois de sermos enganados com um final feliz). Falando assim, parece uma puta reviravolta. Não é tanto, mas a estória tem seus pontos de interesse, sem dúvida.

A premissa é o que o título já entrega, uma pessoa enterrada viva. Em um caixão madeira (ora pequeno e claustrofóbico, ora agigantado, elemento que não dava pra entender, culpa de uma direção meio confusa). E o contato com outros personagens por todo o filme é através de um celular, que vai gradativamente perdendo a bateria. Início promissor e um elemento "bomba-relógio" bem agoniantes. Os diálogos com os outros personagens são às vezes bons, às vezes médios. O ator, Ryan Reynolds, não é lá o bixo, mas passa o suficiente de emoção. Pra mim em um filme de 90min com só um ator e um cenário claustrofóbico ele não ajudou, tinha que ser alguém melhor.

Depois, se revela um contexto político, que foi bem retratado e tomando o lado de criticar as empresas privadas que atuaram e estão atuando no Iraque. O diálogo entre o protagonista e um RH da empresa em que trabalhava é, por mais exagerado que seja, revoltantemente bom.

Os eventos que vão ocorrendo durante o enredo conseguem dar um gás na trama, mas às vezes chegam ao surreal de uma cobra surgir dentro do caixão por um buraco na lateral que o protagonista por acaso não tinha visto antes. E como a cobra chegou tão baixo na terra? Ah, deixa pra lá, né?

O que não entendo é como gringo consegue gastar dinheiro. É um ator desconhecido, gente desconhecida na equipe, espanhola, música composta (bem inútil), um cenário e quase ou simplesmente nada de luz artificial. E o custo estimado?

$3,000,000. É mole? Dá pra mim que eu faço e devolvo o dinheiro.

Concluindo, filme ruim tem seu valor, pelo menos pra ver os defeitos. Curioso é ele não ter nada de propaganda e ser distribuído em um cinema de Porto Alegre.

Um comentário:

  1. Se te deixa melhor, se tu visse: "o garoto de Liverpool"
    tu também iria achar ruim, bom, eles tiveram um erro gravissímo
    os caras confundiram o nosso querido John com o o Elvis. Fato.
    John Lennon musculoso com uma histórinha bem meia boca, não deu pra aguentar. Mas eu tenho certeza, que por mais que eu tenha criticado tudo isso aqui, tu vai ver igual! haha

    Portanto, depois de ver, escreve a tua própria crítica aqui no blog!
    queijão :*

    ResponderExcluir