domingo, 3 de outubro de 2010

Filme cult brasileiro? Chama o Selton!




Uma ótima tentativa de se fazer um filme cult brasileiro. Novamente, o Selton Mello tinha que se envolver. O argumento (genial) é muito Charlie Kaufman – emprego de pelo menos um elemento surreal de tão estranho e criativo num universo do cotidiano. E depois ele tem uma reviravolta completamente inesperada, mas bem construída, tornando-se um popcult-b-trash tarantinesco.

De ruim só alguns maneirismos, gestos, falas de uns personagens que não precisavam forçar tanto a barra. Gimmick é bom, mas pode ficar muito exagerado e perder o carisma. Talvez é porque ele seja muito raro no cinema nacional, mas enfim, às vezes fica estranho. Outras vezes são muito afudês e engraçados.

Da minha parte, acho que a estória poderia ter focado ainda mais no liquidificador. Há algumas cenas que nos são mostradas que não são vistas nem por Elvira nem pelo Liquidificador e essas passagens nem contam muita coisa. Mesmo o filme tendo “só” uns 80mins, ele ainda assim poderia ser menor se cortassem essas cenas e não perderia em envolvimento e estória.

A música também remete ao tom levemente engraçado e num primeiro momento calmo dos filmes com o roteiro do Charlie Kaufman (esqueçam o “Sinédoque, Nova York”, esse é bem chato e desnecessariamente tristonho). Também remete um pouco às músicas de comerciais das antigas de produtos para donas de casa, tipo como o The Sims também faz. A música tema, em que o destaque é um assovio, é hit.

Por fim, o somatória do todo perde um pouco em relação à genialidade de algumas partes, mas isso não quer dizer que é um filme ruim. Longe disso, só faltou ainda um leve polimento. No total é um filme ótimo e completamente cativante e criativo. Assistam antes que seja tarde.

Um comentário:

  1. eu tinha ouvido falar desse filme, mas não estava muito entusiasmada para conferir no cinema. Bom saber que vale a pena. :)

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