quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Sim, anda faltando tempo ou inspiração e são filmes demais

lembrei que além de ainda não ter escrito um texto pr'O Solista nem pra Amor Sem Escalas, quase me esqueci de Vício Frenético (Bad Lieutanant: Port of Call New Orleans) que tem o Nicolas Cage voltando à sua fase boa de atuação(ver ele loucão e stressado é impagável, vide Vivendo No Limite, que já escrevi sobre) e a direção a cargo do clássico Werner Herzog.

E agora começa maratona oscar. Ufa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Acendam as novas luzes




A escolha foi certa e justa. Se tu fosse o diretor de uma mini-série nos anos 80 e de repente, já nos anos 10 do século 2000, alguém decidisse reviver o defunto e fazer um filme com esse material? No mínimo tu irias querer acompanhar a tal produção, ler o roteiro, ver o que mudaram ou não pra melhor adaptar a história ao formato (filme 120min) e ao tempo presente da nova produção. E se fizessem melhor? Se não te jogassem pra escanteio e te deixassem ser algo mais do que um mero assessor? Que tal se te deixassem dirigir a nova versão pra telona? Pois é, foi o caso de "O Fim da Escuridão" (Edge of Darkness), originalmente dirigido por Martin Campbell pra tv britânica e saída da mente de Troy Kennedy Martin (roteirista do Italian Job original, de 1969).

O resultado foi extremamente bem sucedido. A direção tem um ritmo próprio que cria uma atmosfera constante de insegurança e certa paranóia. O melhor de tudo é a utilização mínima de música para criar tal atmosfera. Direção, fotografia e atuações que fazem parecer que há uma constante cara de amargura na cara dos personagens. Mel gibson volta à frente das câmeras como um pai amável com sua filha e implacavelmente forte e completa seriedade e amargura no trabalho (fora uns comentários cômicos que acabam ainda mais engraçados pela falta de emoção com o qual são entoados).

Todo mundo que procurar uma sinopse do filme já vai descobrir uma das maiores surpresas, pra não dizer cagaço, do roteiro. A direção nos mostra a coisa todo só no segundo que ela realmente acontece. Não há dicas no roteiro. São momentos repentinos, que tornaram minha agonia na cadeira algo muito mais impactante. E depois do coque de impacto, ficamos ainda impactados com a crueza de tais cenas e seus resultados. Realismo afudê.

Não vou contar nada mesmo. Foi um dos raros filme que eu vi acompanhado nosso cinema e das 4 pessoas, só eu sabia de certos elementos(inclusive o fato de ser baseado numa mini-série). Para o resto do pessoal foi completa surpresa. Valeu a pena não falar nada.

Num rápido comparativo de roteiros (sem spoilers), houve uma preocupação em modernizar certos assuntos. Achei interessante, mesmo que o evento principal seja essencialmente o mesmo. Tenho que ver toda a mini-série pra sentir se o clima da época deixava um marca mais forte e diferente do que nessa versão 2010.

Vou dar destaque especial para a beleza e mimosidade da filha do protagonista (tanto a versão infantil feita por Gabrielle Popa como a versão adulta feita pela Bojana Novakovic), para a secura do Mel Gibson como o detetive Thomas Craven e ao roubador de cena e ironia-master, Ray Winstone, no papel de Jedburgh, um agente sem lado certo cheio de frases engraçadas ou de efeito e com um sotaque britânico que exalta ainda mais as suas idiossincrasias.

Remakes valem pra muita coisa. Falta de originalidade? É sim, comodismo inclusive. Só que, como um bastardo feito eu, no século XXI com toda sua efervescência de geração Y e high tech todo a hora iria parar pra encontrar uma mini-série britânica? Confesso que acabei vendo o filme sem querer. Adivinha por quê? Porque eu ouvi falar do filme e por sua vez ouvi falar da mini-série original. E consegui a mini-série original. Pretendia nem ver a versão em filme, partir logo pro mais elaborado (pelo menos em termos de duração). No fim foi bom dar um pontapé inicial pelo filme. Passei pelas adaptações para o nosso tempo e como um bom livro, vou expandir para uma obra maior e mais completa. E com britânicos.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Clint Eastwood e Morgan Freeman: Dobradinha de Campeões Invictos





Ah, se o Lula tivesse um Clint Eastwood pra filmar a vida dele e fazer um filme... Como não é o caso, temos que nos contentar (e chorar) com um Fábio Barreto. Que bom que o filme não foi bem nas bilheterias e sigo sem fazer muita questão de vê-lo (oh, sim, critiquei sem ver! Sou mal e assassino por natureza também).

Voltando a parte que interessa nesse último parágrafo: Clint Eastwood. Olha, não sei quanto a vocês, mas se tratando em dramas nas décadas de 90 e 2000, ele é o cara, definitivamente. Por enquanto não quero fazer dessa postagem uma carta de amor a ele, só declaro que ele fez tudo de novo. "Invictus" é um puta de um filme!

Não devo ter mencionado, mas tenho um grande desprezo por filmes que retratam esportes. Qualquer esporte. Talvez mais desprezo do que eu tenha a Fábio Barreto. Só que toda exceção atrapalha a regra. E pra toda regra, existe uma exceção. E quem fez a exceção? Eastwood, Morgan Freeman e a excelente adaptação para roteiro feita por Anthony Peckham(adaptou também Sherlock Holmes e Refém do Silêncio) à partir do livro jornalístico do John Carlin ("Playing the Enemy: Nelson Mandela and the Game that Made a Nation"). Boa parte do filme não se discute política, digamos, explicitamente. Ela vem na forma de "Como fazer para uma nação segmentada se unir em prol de uma causa?" E a resposta é: através de um dos esportes nacionais tradicionais (e para nós, peculiar), o rúgbi. Claro, saí do cinema ainda tentando entender como que se marca falta num jogo em que os jogadores se batem e se esmagam o tempo todo. Agora, ver o delírio da massa em um estádio lotado e aquelas câmeras do Eastwood, puta que pariu!, muito foda mesmo. Meu coração sedentário e não esportista palpitava mais forte a cada chance do time de marcar mais um ponto.

A parte da discussão política com esse entorno esportivo se mostrou incrivelmente interessante, mesmo pra quem não gosta de política. E se você pensa que esporte não tem nada a ver, pois, todo ato do ser humano tem alguma conotação política.
" - Esse rúgbi todo então é um cálculo político?"
" - É um cálculo humano."

Outra verdade a dizer, Morgan Freeman nasceu pra esse papel. Acho que não é algo que ele esperou a vida toda, porém certamente tem muita gente por aí que já devia ter pensado "porra, mas o Morgan é a cara do Mandela, tem que fazer um filme um dia." E esse dia chegou. E é lindo pra cacete. Muita maestria desse velho irmão de guerra do Eastwood. Quem não se lembra dos dois n'Os Imperdoáveis? O sotaque, a postura, caminhar, movimento e expressões corporais muito parecidas. Aquela falta de jeito, desengonçado por passar décadas na cadeia e quebrando pedra. Quase não impressiona de tão natural. Enfim, impressiona sim. Perfeito.

Podia fechar com uma reflexão sobre a liberdade, igualdade e fraternidade frágil entre os seres humanos e como a união é uma esperança que existe. Prefiro acabar falando só o seguinte: não meço a qualidade de um drama pelos litros de água que saem dos olhos, até porque dramas do Eastwood só não chora quem não tem sentimentos, mas chorei o suficiente e ri o suficiente pra considerar um dos melhores dessa temporada 2009-2010.

"Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul."

William Ernest Henley, do poema "Invictus"

domingo, 10 de janeiro de 2010

Elementar, meu caro espectador




Exageros dignos de Indiana Jones. Aquelas cenas de ação que quando parecem complicadas(e esdrúxulas) o suficiente, conseguem ficar ainda mais.
Outra comparação que ficou na minha cabeça foi com A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. Nele existe uma dicotomia sombrio/infantil (como em vários outros filmes do Tim Burton). No Sherlock a parte do infantil toma ares mais cômicos. Outra comparação é aquela incerteza se as situações são sobrenaturais ou científicamente explicáveis. Claro, n'A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça isso só ocorre no início e frusta o espectador com um sobrenatural óbvio pelo 2º e 3º ato. Sherlock guarda muitas surpresas, puxando para ambos os lados constantemente.

Guy Ritchie, o diretor, é meio que um Tarantino britânico, guardando-se as proporções, óbvio. Aí temos uma maneira super estilosa para a direção e montagem. Algumas vezes exagerada. Não era preciso um corte tão estilo video-clipe nem mil e uma manipulações de imagem, colocando-se movimento e tremilicagem onde não precisa. Apesar dessas ressalvas, não é uma constante. Ritchie conduz com muita dignidade e em alguns momentos com extrema competência. Tudo isso sem perder o sotaque british.

Falando-se em estilosidade, as atuações não deixam nada a dever ao estilo da direção. Todos lindamente gimmicks, forçados e com características especiais sempre presentes. Mark Strong (excelente rosto semi-novo nas telas) vem do filme anterior do Guy Ritchie, "Rockn'Rolla" e segue detonando como o vilão Darkwood. Jude Law faz um papel em que finalmente não tem aquela cara de homem sensível que costuma apresentar. Ficou muito bom de bigode. As briguinhas com o Sherlock são impagáveis. Sherlock Holmes interpretado pelo Robert Downey Jr, que é aquele rosto-antigo-trazido-do-ostracismo-para-os-holofotes, mostra que merece o lugar que retomou em Hollywood. Desde filmes muito bons como "Kiss Kiss, Bang Bang" até medianos como o "Homem de Ferro", ele consegue criar personagens com trejeitos muito próprios e mesmerizantes. Esse seu Holmes é ao mesmo tempo muito fodão pelas habilidades de ultra-percepção em mínimos detalhes de uma cena de crime assim como no resto do tempo parece mais um esquisitão com TOC e quase autista.

Pra completar, tem uma música irlandesa linda e uma trilha à cargo do mééééstre Hans Zimmer. Fiquei boa parte do tempo com a pulga atrás de orelha me perguntando quem fez uma trilha tão envolvente e empolgante, com pontuações muito boas (10 à 0 em suavidade comparando à trilha do Avatar, do James Horner). Eu bem que achei boa demais pra não ser ele ou alguém do mesmo cacife.

Entretenimento do melhor naipe. Divertido, às vezes bobo, às vezes extremamente bem contruído e com reviravoltes complexas e impressionantes. Curta muito, elementarmente, sem moderação.

Pare, olhe, escute, registre...

Estava pensativo essa tarde na casa dos meus avós, enquanto que ambos cochilavam. Meu vô deitado no sofá, roncando. Minha vó dormindo sentada. Sem roncos. Lendo a Superinteressante tive um pensamento sem conexão nenhuma com a matéria sobre o porque do ano-novo. Alguma iluminação divina, um download cerebral que demorou pra concluir? Não faço ideia, tudo que sei é que me surgiu a frase: "Observar o mundo e registrá-lo".

Direcionei minha corrente de pensamentos pra essa frase e concluí que ela é a maneira mais resumida que já consegui para definir o que gosto de fazer nessa vida. Observar. Registrar. Sim, já quis fazer cinema. Faço Publicidade e Propaganda nesse momento. A ideia original não morreu, muito pelo contrário. É praticamente só o que penso em fazer. No máximo adiei. Enfim, já me passou pela cabeça fazer Jornalismo. E História. Antropologia. Sociologia. Filosofia até. Pra essas últimas quatro eu só poderia dar aulas pra viver, que é algo que eu não me acho capacitado. Pra Jornalismo, hmmm, acho que foi desistímulo vindo da experiência da minha prima formada na profissão.

Agora pense bem. Todas são alguma extensão da frase "observar e registrar". Um registro é uma maneira de repassar informação. Transformá-la em algo mais tátil, um fragmento que resuma um ponto de vista sobre um determinado fato. O registro tem o poder de síntese.
No exemplo de uma guerra, ela pode acontecer mas é necessário alguém registrar isso, caso contrário futuramente ela será esquecida. Se é esquecida completamente, é como se nunca tivesse acontecido. A posteiriori, quando noticiada, ela vira algo real. E aí está o poder da síntese. Transformando-se um evento gigantesco em partes menores de informação, seja um livro, um texto, uma foto, é possível registrar o fato histórico para a posteridade. É um resumo, um azulejo em um mosaico maior. A cena de um filme que vale pelo filme inteiro.
Usando novamente o exemplo guerra, imagine a clássica foto de uma bandeira dos Estados Unidos sendo erguida no topo de um monte na ilha de Iwo Jima, durante a ofensiva norte-americana no Pacífico na Segunda Guerra Mundial. Ela foi tirada em um dia relativamente mais calmo do conflito, antes da batalha pela conquista de ilha terminar. Acabou que ela serviu como registro da vitória naquela batalha. Posteriormente, serviu para representar toda a campanha americana no Pacífico. Ela é uma síntese para tudo isso, mesmo quando não represente completamente cada um dos eventos.

Pessoalmente, ainda não sei muito ao certo como realizar esse observar e registrar na minha vida profissional. Afinal, não é mentira que a publicidade tenta contornar a realidade o máximo que ela pode, apagando pontos negativos do produto, etc. Entretanto, o registro histórico não deixa da fazer a mesma coisa. A foto de americanos vitoriosos na SGM enche de orgulho pensando na brvura dos soldados. Só que só a abravura dos americanos. A bravura dos japoneses pode ser esquecida. A covardia dos americanos também. Esse é lado perigoso da síntese. Ela pode simplificar demais. Além do mais, nunca se tem controle sobre a interpretação de quem veria a foto.

Enfim, acho que tudo é uma questão de o que mostrar. Numa era de cada vez mais acesso à informação, uma empresa não vai enganar o mundo por muito tempo. Assim, é possível registrar as características realmente boas de seja lá qual for o anunciante de uma propaganda. É um registro de como é o produto/serviço. Além do mais, vez que outra surgem propagandas que tem um conceito criativo e que influenciam a cultura geral. Ou no mínimo embarcam na cultura geral e mostram alguma característica do momento. Isso também é um registro. E é pra isso que eu quero trabalhar.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Rápida resalva: to muito cansado pra escrever minha resenha d'O Solista (excelente!) e de Pagando Bem, que Mal Tem? (olha que composição de cena linda aos 1hr20min30seg do filme)

Admirável Mundo Novo




Confesso que estava indo mais por curioso pela tecnologia e por todo fenômeno cultural envolvendo esse Titanic de 2009. E sabe do que mais? A espera valeu a pena. Tecnologia como nunca se viu antes. O CGI, motion capture e óculos 3D fazem a festa. O mundo de Avatar é um mergulho impressionante.

Aspecto interessante do uso dos tão comentados kilos de efeitos especiais do filme é que eles são aplicados mais no estilo que efeitos especiais digitais e tradicionais foram usados n'O Senhor dos Anéis, por exemplo. Eles não estão em cena somente nos momentos de explosões, naves voando ou câmera lenta bullet time. Eles realmente estão em quase todo filme, ajudando a construir todo um universo fantasioso espetacular e de maneira que ajuda a contar a história. Não é somente preciosismo estético.
A mistura de atores reais com arte digital nunca foi tão bem executada. E não é pura balaca, valeu a pena.
Os alienígenas Na'vi podem ser azuis mas parecem gente de verdade graças a boas atuações do elenco. A veterana Sigourney Weaver, que já foi dirigida por James Cameron no filme Aliens, está muito boa como um cientista carrancuda e fumante. Já os "novatos" pouco conhecidos até hoje Sam Worthington e Zoe Saldana entregam boas interpretações. Sam faz Jake Sully, um personagem à princípio idiota porém vai trabalhando para conquistar o público. Sua narração sombria em off ficou ótima também. Já Zoe entrega uma Na'vi bem convincente com seu sotaque e língua inventada. A língua dos Na'vi aliás não é só uma aglomeração de palavras sem sentido. Ela foi criada especialmente para o filme seguindo padrões linguísticos.

Haviam comentários negativos quanto ao roteiro do filme. James Cameron sacrificou narrativa e originalidade em detrimento dos efeitos especiais. Depois de conferir o filme, digo que isso é tudo exagero da crítica intelectualóide (principalmente aqueles que idolatram "mestres" como Glauber Rocha). Como já falei, ele realmente é um amontoado de outras histórias conhecidas. Os arcos dramáticos são manjados. E não por isso o filme torna-se cansativo ou clichezão. As situações são suficientemente bem apresentadas para se tornarem críveis.
Talvez a composição da trilha sonora feita pelo James Horner poderia ser mais suave, menos estratosféricamente estourada. Momentos muito exagerados com linhas musicais bem manjadas. Preferiria um Howard Shore(oh O Senhor dos Anéis aí de novo). Por outro lado, há uma parte muito boa da trilha quando se dá enfoque à cultura indígena dos nativos.

Pocahontas, Matrix, mito da conquista do Velho Oeste, Vietnam, cultura indígena norte-americana e até o Hinduísmo. Vale tudo para compor o mundo de Avatar. E tudo embrulhado de jeito que essa geração Y da internet e dos videogames quer ver. E nisso ele acertou muito.

Há interessantes pontos de discussão de ideologias nessa obra. Além de fazer justiça para povos invadidos(índios americanos, Afeganistão, Iraque, assentamentos judeus na Faixa de Gaza, etc) há todo tipo de pitaco à política atual. Um personagem bem militar cita a Venezuela como "aquilo foi um inferno". Há o minério que os seres humanos buscam em Pandora, uma alusão ao petróleo do Oriente Médio. E até um discurso bushiano de "combater o terror com terror".
Aqui o homem branco "civilizador" é o vilão. Ganancioso, coloca a riqueza acima de vidas de outros seres, acima da Natureza e da tão falada hoje em dia sustentabilidade. "Viemos de um planeta onde não há mais verde". Os nativos Na'vi são a imagem do mito do bom selvagem em geral. Confesso que pode soar óbvio e moralizador(até moral falsa), mas achei convincente o suficiente. É bastante a cara dessa geração e quem sabe sirva de base ideológica para muitas crianças que forem ver a versão dublada. Alguém aqui se esquece quantos paleontólogos-mirins foram gerados por um certo filme também blockbuster e também cheio de efeitos especiais? Pois é, esse era Jurassic Park, que povoa a cultura popular até hoje de maneiro forte.

Um paradoxo que achei relevante foi que para mostrar um mundo tão repleto de natureza e sendo à favor da atual onda verde da ecologia, foi necessário tanta computação e artificialidade. No mínimo curioso. É o jeito mais moderno de buscar aquele refúgio das grandes cidades de concreto. E colocando um óculos 3D.

Certamente Avatar é o substituto de Rei Leão, Bela & A Fera e tantos outros desenhos marcantes da Dysney, se antenando com essas novas gerações de espectadores. No mínimo acho lindo ver um cinema apinhado de gente empolgada e que não soltou um pio durante o filme, diferente de quase todos outras sessões de cinema que tenho presenciado nesses últimos anos.
Mostra a cara do novo cinema. O cinema do século XXI. O filme da virada da primeira década dos anos 2000. Quiçá, é o filme da década. Vale muito por todo impacto cultural que está causando nesse momento e que será passado para as próximas gerações. Um divisor de águas.

Ooohps, James Cameron did it again!