domingo, 29 de novembro de 2009

500 Dias de insolação




(500) Days of Summer/500 Dias Com Ela é dito como a aposta indie de 2009. ´Saído do Festival de Sundance, o filme mostra seus méritos próprios e não se deixa carregar excessivamente nesse sub-sub-gênero que se compôs.

O diretor Marc Webb faz um trabalho excelente. Outro diretor de clipes que vem para o meio cinematográfico, aos moldes do que já aconteceu com David Fincher, Michel Gondry e Spike Jonze. Dirigiu vários para as bandas com tendência emo(ou não) como My Chemical Romance(Ghost of You é um clipe muito foda, All American Rejects, AFI, até Green Day, Santana, Pussycat Dolls, Weezer, Fergie, Evanescence... A lista é grande e com gêneros variados. Se alguém por acaso não gosta de algum dos listados acima, não se preocupe, o filme não tem muita a ver com eles em geral.
As amarras feitas são simplesmente geniais, com telas divididas, contador de dias, esquetes e metalinguagem.

Scott Neustadter e Michael H. Weber entregam um roteiro não linear que realmente tem um DNA de "Juno" e do brasileiro "Apenas o Fim". Referências à cultura pop, coisas hype e antigas, diálogos muito bacanas, referências metalinguísticas à estéticas cinematográficas. Cenas com câmera dividida, com a expectativa do personagem e o real acontecido. Cada nova cena mostra um contador para situar em qual dos 500 dias a história se encontra. E mais que discutir a relação amorosa, há profundas reflexões quanto à costumes do mundo contemporâneo (cena do surto na empresa de cartões de recado me fez chorar de tão boa).

As atuações muitos boas de portagonistas e coadjuvantes. Desde o amigo toscão Mckenzie (Geoffrey Arend), a pirralha-irmã-conselheira Rachel (Chloë Moretz). Joseph Gordon-Levitt como o protagonista Tom Hansen mata à pau. E o que dizer da lindinha da Zooey Deschanel?

Quanto a trilha sonora, que maravilha! The Smiths, Regina Spektor, Simon & Garfunkel, Wolfmother... E mais uma penca de indies não chatos que fazem uma pulsação sonora muito boa.

Me identifiquei muito. Ultimamente isso vem acontecendo comigo em muitos filmes. Depois de Into the Wild, Half Nelson, Amantes, (500) Days of Summer me veio como uma supresa inesperada para a minha galeria de "sou eu naquele filme!"

Anguns falam que é o filme indie do ano. O "Encontros e Desencontros"(chatinho...), o "Juno" (massa!) de 2009. Os mais ufanistas falam em "o Noivo Neurótica, Noiva Nervosa" dessa geração. Não sei até que ponto ser o filme indie do ano é necessariamente um elogio, mas a questão é que comparativos com Juno fazem certo sentido, ou até mesmo o brazuca Apenas o Fim. Todos tem elementos interessantes, produção pequena, cultura jovem alternativinha, discussão de relação, referências pop.
Estou mais para concordar que ele tem menos clichês de final como Juno, e as tais citações à cultura pop são mais disfarçadas que Juno, e infinitamente mais disfarçadas que Apenas o Fim.
Realmente é o "Annie Hall, 21th century". Sem o narigudo Woody Allen, oba =] (brincadeira).
Acho que é um dos filmes do ano, indie ou não!

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