sábado, 8 de agosto de 2009

"Felicidade foi se embora e a saudade no meu peito ainda mora..."

Vou aproveitar essa dia deprimentemente chuvoso e meu estado de quase suicida-racional para escrever sobre aquilo que eu e a torcida do flamengo queremos: a Felicidade.

What the fuck is felicidade? Vou lhes dizer sob a minha ótica realista-biológica. Ela é o artifício que nos impede de nos matar desde o instante que nós nascemos. Nosso cérebro ainda muito orangotango carrega consigo o traço que se criou no decorrer da evolução das espécies mais desenvolvidas. À medida que surgiram organismos mais complexos e com certa medida de racionalidade e não o puro instinto, a felicidade foi o mecanismo emocional desenvolvido no cérebro para justamente fazer dessa vida algo prazeroso em algum sentido. Para que a batalha no batente valha de alguma coisa.
Sensação de complitude, de utilidade e de propósito, todos esses só tem significado porque nosso cérebro lhes atribui uma reação química que gera sensação de prazer. É por isso que ficamos aqui. Se fossemos pura Razão, perceberíamos que essa luta do dia-a-dia para sobreviver não tem significado nenhum para o indivíduo no seu tempo de existência na Terra. É perda de tempo, um esforço enorme para gerar ATP. A vida humana só tem verdadeiro significado no perpetuar dos genes, na manutenção da espécie e em ser uma ponte para o prosseguir do rio evolutivo. Somos meras carcaças para armazenamento do DNA, nada mais. Ele quer se perpetuar, ele se acha muito importante, é um ácido desoxirribonucleíco totalmente egoísta. Nós não somos nada. Sendo nada, não temos motivo para viver além da perpetuação genética.

Ok, existem outras perpetuações. Os sujeitos dotados de megalomania querem entrar para os anais(ui) da História. Deixar marcas. Gritar "eu estive aqui!". Querem ser como o Pelé em seu DVD, ou seja, Eternos. Perduram pela informação, pela cultura. É aí que o ser humano se elevou em relação ao resto das espécies. Não só genes podem perdurar, os memes(unidades de informação) podem cumprir esse papel. Estamos indo além do campo básico do entendimento biológico agora.
Veja bem, a Razão humana pode escapulir à rédea dos neurotransmissores que fazem as emoções. A Razão pode ganhar da Emoção. Ou você acha que treparia tanto se não houvessem pílulas e camisinhas? Então, estamos nos aproveitando dos mecanismos antigos da produção de emoções para nosso bel prazer e burlando as regras biológicas da reprodução das espécies. Entretando, ainda estamos atrelados à geração de prazer quando tentamos alcançar a perpetuação memética. Não fosse o prazer de se um dia ter a fama de um Getúlio Vargas, ninguém tentaria começar carreira nenhuma. Novamente a perpetuação, seja lá qual for, está atrelada aos "neurotransmissores da alegria" do nosso cérebro.

Sabe, um filme de suspense que ninguém deve ter achado com algum grande significado filosófico é o The Happening(Fim dos Tempos). Não leiam o restante se quiserem ter supresas assistindo a película.
Sim, ele tenta ter uma "mensagem" de presenvação da biosfera representando uma catástrofe muito criativa em que as plantas se sentem ameaçadas pela destruição do seu ecossistema e acabam por desenvolver uma toxina que mataria os agressores seres humanos. O fato muito mais interessante para esse texto vem de como essa toxina age sobre os homo-sapiens-sapiens. Ela não é um simples veneno que paralisa o sistema nervoso e por consequência as funções vitais. A toxina age diretamente sobre uma parte do cérebro que nos impede de nos mutilarmos, machucarmos e matarmos. Há a perda da sensibilidade da dor e uma estranha compulsão pelo suicídio. Todas pessoas afetadas querem se matar o mais rápido possível. Por que isso?
As plantas tiveram uma inteligência fora do comum(como se elas tivessem algo assim) para perceber que a vontade humana por continuar vivendo está atrelada à padrões químicos produzidos pelo cérebro. Dessa forma, elas tiram a capacidade de "produção" de felicidade e assim o cérebro entende que não há sequer esperança de obtê-la ao longo da vida humana. Acabando com a esperança, acaba-se com o fio que nos faz querem viver. Viver pra tentar ser feliz. Sem essa possibilidade, o ser humano afetado logo entende que sua vida não vale nada, prosseguindo para um racional suicídio.

Cinéfilos, podem voltar à ler

A existência humana se resume em desejo de perpetuação, seja genética ou memética. E a perpetuação só faz sentido se unida de sentimento de prazer e alegria. O cérebro está lá, com esse atrelamento programado diretinho. Busquemos a felicidade e assim continuemos fazendo filhos para manter os genes! Aquela parte de construir pirâmides e sermos um Tutankamon é a rebeldia humana em relação à ditadura dos genes. Aproveitemos bem, pois aí que está a Razão que nos separa do resto de toda cadeia evolutiva anterior à nós. E melhor, sem perder a caravana da alegria dos neurotransmissores.

Portanto é a esperança da obtenção do prazer em algum sentido que nos permite não acabarmos com nossas vidas em qualquer instante. Esperança acima de tudo, porque há pessoas que simplesmente não conseguem alcançar um grau suficiente de felicidade para justificar a sua existência e mesmo assim não se suicidam. Elas ainda tem esperança de, quem sabe, ainda recebir a alegria em sua porta. Eu me mantenho nesse time. Um pessimista que é um esperançoso incorrigível.

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