segunda-feira, 19 de julho de 2010

Ferroada pouco espirituosa




Stingray Sam é uma mistureba de comédia com faroeste com ficção científica com musical. Sim, isso é possível, mas não quer dizer que funcione. Como título experimental até rola de boa, não é nenhuma grande masturbação teórica ou tentativa pretensiosa de obliteração da linguagem típica do cinema em detrimento de substituí-la por alguma outra coisa, mas ainda sim torra um pouco o saco.

Ele realmente tem momentos engraçados, principalmente o lance de uma cena normal se interromper para os personagens explicarem alguma coisa cantando, mas nem sempre que tem um número músical que presta. Já outros, como no momento "Let's have a party, everybody, go retarded!" tem letras muito massa que colaboram.

Ah, esqueci de mais um detalhe: o filme é em preto e branco. Parece ainda mais "quero fazer arte", mas o resultado é bem feito e ajuda o filme na sua estética principal. A estética no caso é tanto fazer o filme parecer algo futurista e velho. Um retro-futurismo. Algo como um seriado de ficção científica, concebido nos anos 50, se passando nos anos 2000 com naves interplanetárias que mais parecem o submarino amarelo dos Beatles. Tudo feito da maneira mais aparentemente tosca. Bom, acho que deu pra entender.

O preto e branco, os efeitos toscos, objetos futurísticos feitos com papel alumínio e isopor e personagens vestidos de cowboys, tudo ajuda nesse lance de ser velho e novo ao mesmo tempo. Junte à isso explicações sociológicas e científicas desse mundo intergalático e avançado apresentadas em sequências feitas com colagens no melhor estilo "clipe do Franz Ferdinand" (http://www.youtube.com/watch?v=LzPplBE75tQ) e tem-se a mistura.

Já a história é chatinha, com algumas canções boas e outras chatinhas no meio, e com uma simulação de que a pessoa está assistindo uma mini-série ao invés de um filme.
O cantor de saloon e ex-presidiário Stingray Sam se encontra com seu antigo parceiro e também ex-presidiário, Quasar Kid, para completar a missão de encontrar e resgatar uma garota sequestrada em um planeta que só tem homens que engravidam artificialmente combinando DNA's entre eles.
Tudo tem somente 1 hora de duração e ainda por cima dividido em 6 episódios, um depois do outro. Só que cada vez que acaba um "episódio" surgem os créditos finais. Depois os créditos iniciais do próximo surgem e é assim até o final. É uma perda de tempo e pura chatice.
Enfim, tem seus momentos bacanas, mas tentou juntar coisas demais sem dar a devida atenção a cada uma delas individualmente. Faltou polimento e é de longe o filme mais fraco que eu assisti no Fantaspoa desse ano.


No youtube achei os 2 primeiros episódios:
http://www.youtube.com/watch?v=4S4N0lthxmU&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=CIxixu_syqM&feature=related

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