domingo, 18 de outubro de 2009

Freneticidade de outro mundo




Distrito 9 tem uma premissa fantástica. Aliens entre nós, perdidos, que são isolados do convívio humano. Um apartheid metafórico. Com todo o sentido, afinal a produção é em parte sul africana. Um personagem que sente na pele o tratamento aos aliens, no que se torna uma humanização dessas criaturas que mais parecem camarões.

Efeitos especiais de cair o queixo. Realmente, não só para os momentos de ação, porque os aliens são personagens e todos feitos em computador de modo impressionante. A direção do estreiante Neill Blomkamp é de tirar o chapéu.

Agora, a parte ruim. O filme acaba dividido entre uma ótima metade ficção científica e outra enjoativa e loucamente frenética metade ação. O desenvolvimento do roteiro deixa muito a desejar. Esperava muito mais interação entre humanos e aliens diferentes, entreando em contato de outras maneiras. O meio pelo qual mais entram em contato acaba sendo num corre-corre com balas zunindo à todo tempo. Estraga-se o início muito bom, feito com uma série de entrevistas estilo documentário. A câmera perceptivelmente na mão de um cameraman acaba virando aquela coisa estilo Cloverfield. Excelente para ação, mas chegando a dar nâusea devido ao exagero do tempo dedicado à ação. Fora os clichês que vão surgindo, até o ponto ridículo de ouvir-mos um "vá sem mim!"

Enfim, premissa melhor que desenvolvimento do roteiro. Inicialmente parece que haverá uma boa discussão sobre as condições que humanos impoem outros humanos, com criatividade sem pieguiçe. Depois, parece que o lado "social" tá ali só pra dizer que está ali. Peter Jacksson nos apresentou um diretor com futuro mais promissor para um Independence Day 2 do que para um Planeta dos Macacos.

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